Patrimoniar #17. Poroiwak: Memória e patrimônio cultural da amarelitude

Patrimoniar #17. Poroiwak: Memória e patrimônio cultural da amarelitude

Em várias cidades do mundo ocidental verifica-se desde meados do século 20 a instalação de bairros cenográficos alusivos a determinadas culturas asiáticas (especialmente as nipônicas, chinesas, coreanas, entre outras). Conhecidos como “Chinatowns”, tais bairros materializam na paisagem urbana um conjunto problemático de signos oriundos de contextos distintos, colaborando para a consolidação de estereótipos das populações consideradas “amarelas” por parte das culturas ocidentais. Trata-se de uma forma particularmente perversa de racismo, na medida em que tais paisagens estereotipadas contribuem com formas fetichização e diminuição do outro ao mesmo tempo em que parecem, paradoxalmente, valorizar sua presença. A cidade de São Paulo tem no bairro da Liberdade um desses casos: a construção de um bairro turístico repleto de signos alusivos à presença nipônica no bairro (como pórticos e luminárias estilizadas) está associada não só a esta forma de racismo urbano como colabora também com o apagamento da memória e do patrimônio cultural de outros grupos sociais igualmente invisibilizados no espaço urbano, como as populações negras e indígenas que também ocuparam aquele território.

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Política de acervos da USP: consulta pública

Imagem com fundo alaranjado com as informações sobre a consulta pública presentes nesta página

O Centro de Preservação Cultural apresenta à comunidade universitária uma minuta de POLÍTICA DE ACERVOS PARA A UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, documento reunindo sugestões de princípios, diretrizes e recomendações para o trabalho com acervos no contexto da universidade, em suas várias unidades, museus, institutos e órgãos. Trata-se da sugestão de parâmetros amplos para a gestão, identificação, preservação e difusão dos acervos, constituindo-se em referência para o conjunto da universidade.

Esta minuta será apreciada pela comunidade universitária até o fim de abril de 2025. Em maio realizaremos um seminário para consolidar seu texto e encaminhá-la aos órgãos deliberativos competentes.

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Oficina de Fotografia – Inscrições Abertas

Estão abertas as inscrições para a segunda edição da Oficina de Fotografia, ministrada por Dani Sandrini, agora sob o tema Encontrando e contando histórias através da imagem.
Tendo como ponto de partida o trabalho de alguns fotógrafos documentais que muitas
vezes dialogam com a subjetividade em suas práticas, iremos discutir as possibilidades de
construção de um trabalho documental, transitando pelas subjetividades, expectativas,
adaptações, surpresas, desafios e escolhas para um projeto coeso e que conte histórias para além das obviedades.
Com o convite de restabelecer o caminhar pela cidade, observando e extraindo dela
recortes que contam histórias, essa oficina busca aprimorar o olhar fotográfico de forma que o fotógrafo consiga expressar em sua imagem o que ele deseja.
Se olhássemos para uma determinada fotografia sua, ela nos contaria uma história sem que nenhuma palavra fosse dita?
Muitas vezes queremos dizer algo mas não alcançamos isso com a fotografia que fazemos,
seja por questões técnicas, seja porque ainda não nos demos conta de que o cérebro viu
uma coisa mas a câmera viu outra.
Por isso, aprimorar os conceitos técnicos e estéticos na fotografia trará uma melhor
possibilidade de expressão.

PROGRAMA
AULA 1:
Apresentqação de trabalhos documentaisde diversos fotógrafos
AULA 2:
Saída fotográfica pelo bairro – mini-documentários .
AULA 3:
Entendimento do funcionamento básico da câmera
Fotometria: Obturador, diafragma, ISO
A luz – 6 características técnicas da luz
Luz natural x luz artificial / Luz como linguagem.
AULA 4:
Dificuldades encontradas num trabalho documental.
Composição e enquadramento.
Lentes.
AULA 5:
Saída fotográfica pelo bairro – documentários
AULA 6:
Análise das imagens produzidas pelos participantes, a fim de pensarmos onde estão as
potências, as dificuldades e os possíveis aprendizados.
Exposição de trabalhos de fotógrafos sobre outras formas de documentar.

de 12/3 a 2/4
Inscrições até 28/2: https://e.usp.br/r-a
Aulas às quartas-feiras, das 14h às 16h30
Atividade gratuita, com emissão de certificado USP
Rua Major Diogo, 353

Retomada das atividades

O Centro de Preservação Cultural da USP – Casa de Dona Yayá está de portas abertas para a jornada de atividades de 2025.

No dia 21/1, celebramos o aniversário de Sebastiana de Mello Freire, a Dona Yayá, e embalaremos o mês de janeiro em ritmo de festa!
Começando no próximo domingo, teremos aula de Hatha Yoga no dia 12/1, primeiro Domingo na Yayá do ano! Na semana seguinte, dias 19, 21 e 23/1, abriremos a Casa para visitas mediadas com nosso time de educadores e monitores: dia 19, das 11 às 12 horas; dias 21 e 23, das 14 às 15 horas.

Encerrando os Domingos na Yayá do mês, receberemos a turma do Bloco do Fuá para uma oficina de percussão em 26/1. Aproveitando o tema carnavalesco, também teremos oficina de máscaras para visitantes de todas as idades.
No dia 28/1, terça-feira, será realizada a última apresentação da peça Um tempo chamado Yayá (ingressos esgotados).
Todas as atividades são gratuitas!
Rua Major Diogo, 353 – Bela Vista – SP
Horários: de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h; quartas-feiras, das 10h às 20h; domingos, das 10h às 13h.

Patrimoniar #16. Wellinton Souza: Negros do Bixiga

A Constituição Federal define o patrimônio cultural como o conjunto de bens portadores de referência à memória, identidade e ação dos grupos sociais brasileiros. Identificar, reconhecer e valorizar o patrimônio passa necessariamente, portanto, pelo contato e diálogo com a memória das pessoas que detêm e vivem cotidianamente o patrimônio. Esta memória, contudo, não pode se limitar àqueles tidos como personagens notáveis ou associados aos eventos e instituições célebres: tão importante quanto esta memória (ou talvez ainda mais relevante) é aquela memória cotidiana, vivida e construída pelo dia-a-dia de pessoas anônimas.

O bairro do Bexiga — onde se concentram um terço dos bens tombados do município de São Paulo — ainda é associado por quem não compartilha de seu cotidiano a um passado quase exclusivamente ligado à herança da imigração italiana. No entanto, trata-se de um bairro complexo, marcado pela presença de grupos das mais variadas origens. Trata-se, inclusive, de um importante território negro da cidade de São Paulo.

O Coletivo Negros do Bixiga vem pautando a memória negra do bairro, promovendo entrevistas sistemáticas com moradores e ex-moradores do bairro ligados à memória negra. Desse trabalho resultou o documentário Negros do Bixiga, cujo lançamento lotou o Teatro Sérgio Cardoso em junho de 2024.

Para falar sobre essas memórias cotidianas e anônimas fundamentais para a formação da memória coletiva, conversamos nesta edição do Patrimoniar com Wellinton Souza, membro e um dos fundadores do Coletivo.

OUÇA AQUI
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O samba de São Paulo: histórias, memórias, territorialidades e identidades

curso de difusão

O Samba é resistência ou (re) existência – e isso nunca foi tão verdade em uma metrópole historicamente excludente, racista e avessa a sua história afro-diaspórica.

Dessa forma, a proposta do curso é analisar e revisitar diversas fontes e atores sociais para compreendermos o percurso do samba enquanto gênero musical, ritmo aglutinador de sociabilidades, identidades e formas de resistência na cidade de São Paulo.

 Partindo das disputas sociais sempre presentes na cidade, o curso irá abordar os aquilombamentos urbanos, revoltas sociais, crenças populares, redes de solidariedade e musicalidades tangenciando a questão da formação dos cordões até as Escolas de Samba e os blocos afro-afirmativos.

As memórias da velha guarda do Vai-Vai, o processo recente de direito ao território como espaço de resistência e conexão com a ancestralidade do Movimento Saracura Vai-Vai, os achados arqueológicos abaixo da Capela dos Aflitos na Liberdade, o movimento Samba da Madrinha Eunice na Liberdade, o reconhecimento com estátuas de Madrinha Eunice e Geraldo Filme, a importância indiscutível do samba para o formação da Casa Verde e da Zona Norte sob a égide de Seo Carlão do Peruche; todos essas fatores nos levam a repensar a cidade em sua construção de memórias, sociabilidades, territorialidades e identidades.

Nesse sentido o curso se pretende também a refletir sobre qual o espaço social, político, cultural e de resistência do samba em nossa metrópole e como refletir sobre esse “objeto celebrado” e seus “sujeitos celebrantes” na atualidade. 

Data: às quartas-feiras, de 23/10 a 27/11 (exceto 20/11)
Horário: 18h às 20h
Inscrições até 20/10
Vagas: 30
Público-alvo: estudantes de graduação, pós-graduação, sambistas, ativistas e demais interessados pelo tema
Participação presencial
Ministrantes: Harry de Castro, Marília Belmonte Magalhães da Silva, Rosemeire Marcondes, Sidnei França e Tabata Luz
Coordenadores: Bruno Baronetti e Tiago Bosi
Inscreva-se aqui!

Patrimônio cultural e turismo: análises e debates contemporâneos

curso de difusão

Inscrições abertas para o curso de difusão Patrimônio cultural e turismo: análises e debates contemporâneos, ministrado pela professora Francesca Cominelli (Sorbonne) e coordenado pelo professor Thiago Allis (USP).
A relação entre turismo e patrimônio cultural costuma ser ambivalente, dado que, de um lado, abrem-se oportunidades de engajamento comunitário, valorização de culturas e geração de receitas com a visitação, mas de outro, pode levar a uma exacerbação de relações comerciais, transformações de hábitos, pastiches e outras intervenções que produzem efeitos negativos – inclusive na produção de experiência da visitação. Assim, o curso propõe um debate acerca da relação entre turismo e patrimônio cultural, pela perspectiva da economia política, em especial no que diz respeito ao patrimônio imaterial. Serão apresentadas algumas linhas teóricas, combinadas com análise de casos em diferentes contextos globais.
A realização do curso pelo Centro de Preservação Cultural da USP – Casa de Dona Yayá , em parceria com a Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional, é uma oportunidade de interação com uma das principais pesquisadoras do tema, cujo vínculo como professora visitante da USP, no marco do Edital de Cátedras Franco-Brasileiras, permite um intercâmbio cultural com a Equipe Interdisciplinaire de Recherche sur le Tourisme (EIREST), da Universidade de Paris 1 – Panthéon Sorbonne.

Curso ministrado em inglês e à distância, via plataforma Zoom

Quando: 22 e 23 de outubro
Terça e quarta-feira, das 10h às 12h

Inscrições gratuitas até 18/10: https://e.usp.br/r8b

curso de difusão Entre histórias, narrativas e documentos: pesquisando patrimônios históricos da Zona Leste



Estão abertas as inscrições para o curso de difusão Entre histórias, narrativas e documentos: pesquisando patrimônios históricos da Zona Leste, ministrado por integrantes do CPDOC Guaianás

A periferia e seus sujeitos sempre foram colocados no lugar de objeto de pesquisa: os trabalhadores e suas moradias, o seu modo de vida “comunal”; a violência e morte da juventude; a condição das mulheres e suas lutas; a produção cultural do rap, do sarau, etc. Porém, nas últimas décadas houve mudanças significativas: filhos e filhas da classe trabalhadora atuando na construção do conhecimento. A proposta deste encontro é conhecer as principais referências teóricas e metodológicas que são a base dos processos de pesquisa do CPDOC, além de refletir sobre a atuação de pesquisadores periféricos dentro de uma nova forma de produzir conhecimento, na qual eles são centrais em suas formulações metodológicas.

Tratar de patrimônio na periferia e, em especial, a sua salvaguarda levanta uma série de questões que o CPDOC Guaianás vem enfrentando, entre elas: como a classe trabalhadora apreende e conserva o seu patrimônio material? Essa questão, que aparece no decorrer do trabalho, coloca a nós a prerrogativa de que processos de conservação e musealização não ocorram pela classe trabalhadora e na periferia. E com base nessa questão o Coletivo se propõe a trazê-la como reflexão perpassando pelos processos de salvaguarda, musealização e/ou patrimonialização de acervos, coleções e memórias, além da constituição de um museu NA e PARA a periferia, com foco na Zona Leste de São Paulo.

Estes são alguns dos conteúdos a serem debatidos e coletivamente desenvolvidos ao longo dos 6 encontros.

Quando: as aulas ocorrerão às terças e quartas-feiras (exceto 15/10), das 19h às 21h

Entre 01 e 19 de outubro (o último encontro, sábado/19, acontecerá fora do CPC USP, no território de São Mateus, das 10h às 13h)
Vagas: 30
Curso presencial, com emissão de certificado

Inscrições até 23/9.

Local: Centro de Preservação Cultural da USP/Casa de Dona Yayá
Rua Major Diogo, 353

GRUPO DE ESTUDOS E LEITURAS DO PATRIMÔNIO CULTURAL NO CPC

No primeiro semestre de 2024 o Centro de Preservação Cultural – Casa de Dona Yayá inaugurou um grupo de estudos do patrimônio cultural voltado à leitura e debate de textos ligados ao campo do patrimônio. A proposta é reunir pessoas interessadas em aprender, refletir e discutir sobre o tema a partir tanto de textos clássicos do campo como aqueles ligados a questões emergentes. Neste segundo semestre damos continuidade à iniciativa, convidando todos os participantes a retornarem e abrindo o grupo a novos interessados.

A coordenação dos trabalhos fica a cargo da equipe do CPC e a participação é livre, desde que as pessoas interessadas manifestem compromisso em comparecer a todos os encontros e a ler todos os textos sugeridos. O grupo se organizará em torno de um calendário de leituras e debates mensais construído a partir de sugestões promovidas pelo coordenador e pelos participantes do módulo ocorrido no primeiro semestre. A coordenação dos trabalhos e sua organização será realizada pelo especialista Gabriel Fernandes, da equipe do CPC.

PARTICIPAÇÃO E COMPROMISSO COM O GRUPO

Todas as pessoas adultas interessadas, independente de formação ou de área de atuação, podem participar dos debates desde que manifestem compromisso com a regularidade das leituras e dos encontros mensais voltados à discussão dos temas propostos.

As pessoas interessadas devem se inscrever no sistema Apolo. Os participantes do Módulo 1, ocorrido no primeiro semestre de 2024, terão prioridade no preenchimento das vagas.

CALENDÁRIO E LEITURAS

MÓDULO 2

2º semestre de 2024

Os encontros ocorrem sempre na última terça-feira de cada mês, entre as 19h e as 21h.

Público-alvo

Pessoas interessadas em discutir coletivamente tanto textos clássicos como temas emergentes ligados ao campo do patrimônio cultural. Não há necessidade de formação prévia, apenas interesse sincero e compromisso em participar das leituras ao longo do semestre.

Vagas
30

Procedimento de inscrição
Preencher formulário no sistema Apolo. Participantes do Módulo 1 terão prioridade no preenchimento das vagas.