Inscrições abertas para o curso de difusão “Patrimônio e memórias da violência: formas de reconhecer e agir”, com Déborah Neves. Atividade presencial.
Objetivo: conhecer o arcabouço legal do reconhecimento de lugares relacionados às violências; reconhecer desafios institucionais e políticos para preservação destas memórias; conhecer experiências brasileiras e latino-americanas de preservação destes espaços; identificar reificação de violências nos espaços públicos (monumentos, vias públicas, edifícios) e formas de transformação da percepção da cidade; conhecer a metodologia empregada na experiência do coletivo Grupo de Trabalho Memorial Doi-Codi.
Público-alvo: professores, coletivos culturais, pesquisadores e interessados no tema das memórias e na relação entre cidade e patrimônio.
PROGRAMA
AULA 1: o patrimônio ao longo dos séculos e a Legislação acerca de lugares de memória. DATA: 05/06/2024, 19h às 21h LOCAL: CPC-USP/Casa de Dona Yayá
AULA 2: experiências de preservação de lugares de memória relacionadas Ditadura (Brasil e América Latina DATA: 12/06/2024, 19h às 21h LOCAL: CPC-USP/Casa de Dona Yayá
AULA 3: em conjunto com o IEB-USP, Disciplina IEB-5050-Pós-Graduação em Culturas e Identidades Brasileiras, com Inês Cordeiro Gouveia. DATA: 19/06/2024, 19h às 21h LOCAL: IEB-USP
AULA 4: a experiência de preservação da Oban/Doi-Codi de São Paulo. DATA: 26/06/2024, 19 às 21h LOCAL: CPC-USP/Casa de Dona Yayá
Visita ao futuro Memorial DOI-Codi DATA: 22/06/2024, 10 às 12h LOCAL: atividade externa
O território ocupado atualmente pelos municípios da Região Metropolitana de São Paulo apresenta registros de ocupação muito anteriores à presença dos colonizadores europeus. Para além do mito conciliatório relacionado à fundação da vila de São Paulo, pelo qual teria havido mútua colaboração entre povos indígenas e jesuítas, trata-se de um processo tenso marcado por violências e agressões aos povos originários. Apesar de tudo, ainda se verifica a presença e resistência desses povos em duas terras indígenas oficialmente demarcadas, uma na região noroeste e outra na região sul da capital. Esta última — a Terra Indígena Tenondé Porã — é assunto desta edição do Patrimoniar, na qual conversamos com Jerá Guarani, educadora e ativista indígena do povo guarani mbyá.
O mundo dos acervos costuma ser dividido em três esferas: o dos acervos bibliográficos, o dos acervos museológicos e os acervos arquivísticos. Entre bibliotecas, museus e arquivos, estes últimos costumam soar aos não iniciados como entidades um tanto herméticas ou insossas: meros repositórios de documentos velhos sem maiores atrativos. Arquivos, contudo, são fundamentais para articular a memória de coletivos e instituições e preservar o conjunto de documentos produzidos ao longo de suas atividades e trajetórias.
Para discutir o mundo dos arquivos — e em particular o universo dos arquivos na Universidade de São Paulo — conversamos nesta edição do Patrimoniar com Lilian Miranda Bezerra e com José Hermes Martins Pereira, historiadores e profissionais atuantes no Arquivo Geral da USP. Ao longo da conversa discutimos o que caracteriza um arquivo, o que um arquivo deve e o que não deve ser, o caráter dos documentos presentes nos arquivos e como lidar com eles, bem como os desafios para sua preservação.
Uma miríade de manifestações culturais caracteriza o dia-a-dia da vida universitária: estudantes, docentes, profissionais das universidades e demais frequentadores e entusiastas dos campi universitários constituem grupos sociais detentores de inúmeros bens culturais específicos da experiência universitária. De tradições e práticas de aulas e de laboratórios aos rituais ligados às manifestações esportivas, políticas e artísticas promovidas por tais sujeitos; de saberes cotidianos compartilhados por estudantes em suas táticas de enfrentamento dos desafios do dia-a-dia de aulas e pesquisas aos sóbrios e formais ritos de provimento de títulos acadêmicos; de lugares marcados pela memória de festas e pelo acúmulo de afetos cotidianos aos instrumentos, acervos e edificações próprios da cultura e da prática científica: o patrimônio cultural universitário é heterogêneo, complexo e associado a diferentes indivíduos e grupos constituintes da comunidade acadêmica.
O que é que caracteriza o bairro do Bixiga? Que dimensões materiais e imateriais atravessam este bairro e nos contam sua história? Através de aulas teóricas e práticas de fotografia, onde abordaremos as questões técnicas básicas junto a temas como cidades, fotografia de rua, documentário e documentário imaginário, percorreremos o bairro em busca de imagens que contem algo sobre ele. OBJETIVOS: Compreender as variáveis da fotografia e os recursos de cada câmera, além de ampliar as possibilidades de composição através das discussões imagéticas são itens importantes para que o fotógrafo possa concretizar a imagem que deseja. Assim, relacionaremos técnica e estética a todo o momento, fazendo intersecções com os campos da sociedade, da arquitetura, do urbanismo e do patrimônio em suas mais diversas formas. METODOLOGIAS DE ENSINO-APRENDIZAGEM: Aulas expositivas mescladas a atividades práticas. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO E APROVAÇÃO: Presença e participação nas aulas. PROGRAMA AULA 1: DATA: 08/05/2024 14-16:30h Ampliação do conceito de assunto na fotografia; Fotografia de rua, documental e documental imaginário; Escolhas fotográficas; Entendimento do funcionamento básico da câmera; Luz. AULA 2: DATA: 11/05/2024 10:30 às 13h Saída fotográfica pelo bairro a partir do levantamento dos interesses.
AULA 3: DATA: 15/05/2024 14-16:30h Análise das imagens produzidas pelos participantes, a fim de pensarmos onde estão as potências, as dificuldades e os possíveis aprendizados. Exposição de trabalhos de fotógrafos sobre cidades e fotografia de rua. Fotometria: Obturador, diafragma, ISO A luz – 6 características técnicas da luz Luz natural x luz artificial / Luz como linguagem.
AULA 4: DATA: 22/05/2024 14-16:30h Composição e enquadramento. Lentes. Exposição de trabalhos de fotógrafos sobre moradores e interiores. AULA 5: DATA: 25/05/2024 10:30 às 13h Saída fotográfica pelo bairro – mini projetos. AULA 6: DATA: 29/05/2024 14-16:30h Análise das imagens produzidas pelos participantes, a fim de pensarmos onde estão as potências, as dificuldades e os possíveis aprendizados. Exposição de trabalhos de fotógrafos sobre outras formas de documentar.
3 a 24/4 quartas-feiras, 13h às 21h30 Patrimônio da loucura: literatura e arquitetura manicomial brasileira (séculos XIX-XX) Abordagem da loucura a partir do campo do patrimônio para debater questões sobre o sofrimento psíquico e seus tratamentos na história brasileira recente e na atualidade. Com Beatriz Fernandez Vaz Oliveira (USP). Inscrições XXXXXX
3/4 quarta-feira, 19h às 21h30 CONVERSA COM PESQUISADORES Turismo, cidade e patrimônio Com Paulo Tácio Aires Ferreira (USP) Para marcar o lançamento dos guias Roteiros do Patrimônio da USP convidamos Paulo Tácio Aires Ferreira (USP) para discutir questões ligadas à relação do patrimônio cultural com o turismo social, itinerários patrimoniais e as cidades. Evento presencial. Participação aberta, sem necessidade de inscrição, com emissão de certificado de presença.
7/4 domingo, 11h às 12h DOMINGO NA YAYÁ Movimento e saúde mental: hatha yoga Aula aberta de práticas corporais, respiratórias e meditativas para o bem-estar físico e mental. Para iniciantes e praticantes de todas as idades, sem necessidade de inscrição. Instrutora: Bruna Gabriela Elias.
14/4 domingo, 10h às 12h DOMINGO NA YAYÁ OFICINA LEITURA E ESCRITA Filho de sangue e outras histórias Octavia Butler é autora da coletânea de contos Filho de sangue e outras histórias, tema desta oficina na qual a mediadora Sabina Anzuategui propõe uma leitura coletiva, discussão e exercício de escrita livre. Parceira: CPC-USP / Livraria Simples.
21/4 domingo, 10h às 13h DOMINGO NA YAYÁ Exposição Yayá: cotidiano, feminismo, doença, riqueza Conheça a Casa de Dona Yayá, patrimônio cultural de São Paulo e lugar de memória de temas como saúde mental, feminismo e urbanização de São Paulo, a história de vida de Sebastiana de Mello Freire, a Dona Yayá.
24/4 quarta-feira, 9h ROTEIRO CENTRO DE SÃO PAULO Na região central da Capital estão os edifícios que abrigavam os cursos que que deram origem à USP, em 1934, como a Faculdade de Direito, e que continuam em atividade, marcando a presença da Universidade no ambiente urbano.
28/4 domingo, 10h às 13h DOMINGO NA YAYÁ Brinquedos e brincadeiras No último domingo de cada mês crianças de todas as idades podem ser divertir com atividades inspiradas nos modos de brincar de antigamente com nossos educadores e monitores, estimulando a criatividade e a interação.
30/04, 07, 14, 21, 28 e 04/06, 18h às 21h CURSO Um primeiro roteiro audiovisual: memórias de vida / histórias da família Com Eduardo Kishimoto (CPC-USP)
30/04, terça-feira, 14h às 17h OFICINA BORDADO NA CASA DE DONA YAYÁ Nesta oficina, por meio da arte do bordado vamos criar um espaço de convivência entre participantes de todos os gêneros, que constroem novas histórias, redes e memórias com agulhas e linhas. Encontros mensais de 27/2 a 27/8. Ministrante: Beatriz Barsoumian de Carvalho. Inscrições encarradas.
Assistimos em tempos recentes à ação de uma série de coletivos culturais atuantes nas periferias urbanas que trabalham dimensões de ancestralidade, identidade e memória, articulando questões raça, gênero e classe e promovendo a salvaguarda de expressões culturais de grupos sistematicamente silenciados. Tratam-se de indivíduos e grupos atuantes na promoção e transmissão dessas manifestações culturais para futuras gerações, muitas vezes sem o devido reconhecimento ou apoio por parte das instâncias oficiais de patrimônio e cultura.
Um caso particular é o do Bloco Afro ÉdiSanto, que atua na região de M´Boi Mirim desde 2010. Surgido como projeto de música percussionista com o objetivo de mesclar ritmos ligados ao culto aos orixás com expressões musicais contemporâneas, o bloco pauta questões ligadas às culturas de matriz africana, às ancestralidades e à vida na periferia de São Paulo. Desde sua fundação o bloco se expandiu, abarcando hoje também questões de gênero, por exemplo, com o projeto Macumbarias Femininas, e saindo todos os anos para desfilar pela região de M´Boi Mirim durante o carnaval. O trabalho do bloco é contínuo, participando ainda da articulação de redes nacionais voltadas à ancestralidade e à cultura e música afro.
As trajetórias familiares, para além do interesse particular, se relacionam com períodos históricos e fenômenos sociais importantes, fazendo parte da memória da cidade e do país, constituindo em diversos sentidos o nosso patrimônio material e imaterial.
Partindo desse entendimento, este curso propõe desenvolver roteiros de curtas-metragens com base nas histórias de família usando o audiovisual como linguagem e explorando suas especificidades e potencialidades.
Público-alvo: estudantes, moradores do bairro Bela Vista, funcionários da USP, pesquisadores, de 16 a 80 anos, de qualquer escolaridade, sem pré-requisito.
Datas: 30/4; 7, 14, 21 e 28/5; 4/6 de 2024. Terças-feiras, das 18h às 21h
Ministrante: Eduardo Kishimoto (CPC-USP) Inscrições gratuitas de 25 de março a 15 de abril de 2024: http://e.usp.br/q05
Nos dias 3 de abril e 8 de maio de 2024 ocorrerá o lançamento das publicações do projeto Roteiros do patrimônio da USP, iniciativa do CPC de extroversão e valorização dos bens culturais da Universidade de São Paulo. Os livretos apresentam uma sugestão de itinerário patrimonial em três diferentes territórios nos quais se localizam edifícios, monumentos, lugares e outras referências culturais significativas para a identidade e memória da universidade: o Centro de São Paulo, a Cidade Universitária Armando Salles de Oliveira e o campus da USP em São Carlos.
O lançamento será acompanhado de duas Conversas com pesquisadores nas quais vamos discutir questões ligadas à relação do patrimônio cultural com o turismo social, com as universidades, com itinerários patrimoniais e com as cidades.
SOBRE O CURSO: Diversos campos do saber nos ensinam que a fronteira entre os territórios da loucura e da sanidade mental é dinâmica e socialmente construída. São muitos os pesquisadores das áreas da história, da filosofia, da medicina e da psicologia que se dedicam a identificar, descrever e analisar o fenômeno da loucura e o lugar por ela ocupado em diferentes culturas ao longo do tempo. Uma abordagem da loucura a partir do campo do patrimônio, especificamente por meio da literatura e da arquitetura, pode enriquecer o debate a respeito das questões concernentes ao sofrimento psíquico e seus tratamentos na história brasileira recente, fornecendo novas perspectivas para pensar a maneira como tais questões se apresentam na atualidade. Inscrições: http://e.usp.br/pxp
OBJETIVOS:
Introduzir o debate acerca da saúde mental, partindo de bases históricas, médicas e filosóficas;
Fornecer um panorama histórico das instituições ligadas ao tratamento da loucura no Ocidente, com ênfase na trajetória dos principais hospitais psiquiátricos brasileiros dos séculos XIX e XX;
Apresentar algumas das diferentes formas sob as quais a loucura é retratada no mundo das letras, em especial na literatura brasileira dos séculos XIX e XX;
Oferecer as ferramentas para relacionar as manifestações artísticas da loucura, em especial por meio da literatura, mas também das artes plásticas, com as condições espaciais do seu tratamento, a partir do estudo de caso do Hospício do Juquery, localizado em Franco da Rocha – São Paulo.
Apresenta as perspectivas históricas, filosóficas e científicas distintas sob as quais constitui-se o fenômeno da loucura e seus diversos encaminhamentos, dando ênfase ao dispositivo do manicômio e sua trajetória no Brasil entre os séculos XIX e XX. A partir daí, aborda a experiência manicomial dos diversos sujeitos a ela submetidos por meio da literatura em suas mais distintas formas (denúncia, ficção, diários etc.). Finalmente, articula essas instâncias através do estudo de caso do hospício do Juquery (localizado em Franco da Rocha – São Paulo), enriquecendo a discussão por meio de uma incursão nas artes plásticas e sua mobilização pela terapia ocupacional, que culmina em uma visita de campo ao Museu de Arte Osório César, localizado nas antigas dependências do Juquery.
METODOLOGIA: Aulas expositivas presenciais, amparadas pela bibliografia selecionada, seguidas de um espaço para trocas e debates entre os participantes e a ministrante. Inclui atividade externa na forma de visita a museu. CRITÉRIOS DE APROVAÇÃO: Presença e participação nos encontros. PÚBLICO ALVO: Voltado a estudantes de graduação e pós-graduação, em especial àqueles vinculados às áreas das humanidades e das ciências sociais aplicadas, bem como para a comunidade em geral e demais interessados pelo tema. ÁREA DE CONHECIMENTO: Ciências Sociais Aplicadas e Ciências Humanas.
PROGRAMA COMPLETO (AULA A AULA) Aula 1 – A loucura em questão: do sofrimento psíquico à doença mental 03/04/2024 (qua) – 18:30h-21:00h Duração: 2:30 h Ementa: O que chamamos de loucura? Discussão sobre as distâncias e aproximações entre o sofrimento psíquico e a doença mental. Sofrimento psíquico como instância constituinte do sujeito e doença mental como
diagnóstico social e cientificamente construído. Recortes de raça, gênero e classe nos dispositovos psiquiátricos brasileiros. Aula 2- Os lugares da loucura na cultura ocidental: imaginário e materialidade 10/04/2024 (qua) – 18:30h-21:00h Duração: 2:30 h Ementa: Templos e teatros como lugares da loucura na antiguidade. A demonologia cristã e a loucura como possessão durante a Idade Média, os limites da liberdade e a Nau dos Loucos. O humanismo renascentista, a loucura lúcida e o pavilhão hospitalar. O racionalismo do século XVII e a relação da loucura com a criminalidade. O século XVIII, a ciência e o manicômio. O Brasil, a chegada da corte portuguesa e o primeiro hospício da América Latina. Hospício Pedro II e suas colônias de alienados. Para além da capital: Barbacena e introdução ao Juquery. Aula 3 – A loucura no mundo das letras: confinamento, experiência e denúncia 17/04/2024 (qua) – 18:30h-21:00h Duração: 2:30 h Ementa: Como a loucura é retratada na literatura? Em quais gêneros literários ela aparece? Qual a função da escrita nos quadros onde o sofrimento psíquico se impõe? A ficção, a denúncia e a escrita de si a partir de obras de autores nacionais e internacionais. Daniel Paul Schreber, Antonin Artaud, O Holderlin de Agamben, O alienista de Machado de Assis, A redoma de vidro de Sylvia Plath, Nellie Bly, Leonora Carrington, o falatório de Stella do Patrocínio, os diários de Lima Barreto, Maura Lopes Cançado e Torquato Neto, entre outros. Aula 4 – Juquery: hospital, relato e museu 24/04/2024 (qua) – 18:30h-21:00h Duração: 2:30 h Ementa: História e localização do Juquery. A linha de trem e o manicômio. A arquitetura e a espacialidade da loucura. Denúncias jornalísticas: “Cinzas do Juquery” e “O capa-branca”. Origens do setor de terapia ocupacional, Nise da Silveira e as artes plásticas. Os registros de Alice Brill, as classificações da arte de hospício e o Museu de Arte Osório César. Aula 5 – Visita ao Museu de Arte Osório César 27/04/2024 (sáb) – 13:00h-17:00h Duração: 4:00 h Ementa: Ponto de encontro na estação de metrô/ trem “Palmeiras- Barra funda”, seguida de percurso de trem até a estação Franco da Rocha (10 estações que constituem viagem de 40 minutos em média). Caminhada até o Museu de Arte Osório César (cerca de 10 minutos), onde será realizada a visita pelos remanescentes do antigo Hospício do Juquery e o contato com o acervo de obras de arte produzidas pelos seus internos no Museu.