Patrimoniar #10. Abílio Ferreira: a Capela dos Aflitos, a Liberdade e a memória negra em São Paulo

Patrimoniar #09. Abílio Ferreira: a Capela dos Aflitos, a Liberdade e a memória negra em São Paulo

Em cidades como São Paulo são muitos os casos de espaços que passaram por transformações expressivas ao longo do processo de desenvolvimento urbano. Antigas praças e largos desaparecem, edifícios são demolidos e substituídos por outros e marcos da paisagem se transformam em referências perdidas na memória quem ali viveu. Muitos desses casos de demolição e reconstrução de espaços e lugares estão associados a processos de apagamento e silenciamento das referências culturais e urbanas de grupos sociais minoritários ou tidos como indesejáveis. Apesar destes apagamentos, certos sinais permanecem silenciosos no tecido urbano.

Nesta edição do Patrimoniar conversamos com Abílio Ferreira — jornalista, escritor, pesquisador e ativista do movimento negro — a respeito desses processos de silenciamento, dos sinais que permanecem e de como é possível lidar com o espaço urbano na perspectiva de um jogo em busca destes sinais — um jogo que articula resistência e apropriação da cidade. Conversamos especialmente sobre acontecimentos recentes ligados à memória e ao patrimônio cultural no bairro da Liberdade e sobre o caso da Capela dos Aflitos, localizada nesta região.

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Patrimoniar #02. Gisele Brito: memória negra no Bexiga

Patrimoniar #02. Gisele Brito: memória negra no Bexiga

Intervenções e empreendimentos recentes na região do Bexiga, na área central de São Paulo, vêm levantando discussões a respeito da preservação do bairro e dos elementos ligados à memória dos grupos que tradicionalmente o ocupam. Bairro centenário, o Bexiga é usualmente associado à herança da imigração italiana. Contudo, trata-se de um bairro polifônico e caracterizado por inúmeras manifestações culturais e de memória. Uma delas, em particular, se destaca: trata-se da presença e da memória negra na região, onde havia pelo menos desde o século 19 um quilombo urbano. A implementação de uma nova linha de metrô na cidade, cortando o Bexiga, foi catalisadora de uma mobilização pelo reconhecimento e valorização da memória negra no Bexiga, bem como pela salvaguarda do direito à permanência da população negra e de baixa renda no bairro. Entre os vários efeitos dessas recentes intervenções urbanas assistimos, particularmente, à demolição do conjunto de edificações ligadas à Escola de Samba Vai-Vai, cuja história se confunde com a do Bexiga.

Neste programa conversamos sobre esse e outros assuntos ligados à pauta do direito à cidade antirracista com Gisele Brito, jornalista, ativista e mestre em Arquitetura e Urbanismo. Gisele atua no Instituto de Referência Negra Peregum e na articulação Saracura/Vai-Vai.

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