Assistimos em tempos recentes à ação de uma série de coletivos culturais atuantes nas periferias urbanas que trabalham dimensões de ancestralidade, identidade e memória, articulando questões raça, gênero e classe e promovendo a salvaguarda de expressões culturais de grupos sistematicamente silenciados. Tratam-se de indivíduos e grupos atuantes na promoção e transmissão dessas manifestações culturais para futuras gerações, muitas vezes sem o devido reconhecimento ou apoio por parte das instâncias oficiais de patrimônio e cultura.
Um caso particular é o do Bloco Afro ÉdiSanto, que atua na região de M´Boi Mirim desde 2010. Surgido como projeto de música percussionista com o objetivo de mesclar ritmos ligados ao culto aos orixás com expressões musicais contemporâneas, o bloco pauta questões ligadas às culturas de matriz africana, às ancestralidades e à vida na periferia de São Paulo. Desde sua fundação o bloco se expandiu, abarcando hoje também questões de gênero, por exemplo, com o projeto Macumbarias Femininas, e saindo todos os anos para desfilar pela região de M´Boi Mirim durante o carnaval. O trabalho do bloco é contínuo, participando ainda da articulação de redes nacionais voltadas à ancestralidade e à cultura e música afro.
Para conversar sobre esses e outros assuntos, nesta edição do Patrimoniar contamos com a participação do Mestre Rabi Batukeiro, fundador e membro do Bloco ÉdiSanto.
complementos
- Acompanhe o trabalho do Bloco ÉdiSanto no Instagram: @bloco_afro_edisanto
- Leia mais sobre o trabalho do bloco.
- Acompanhe a programação do CPC em usp.br/cpc e no perfil @cpcusp no YouTube, Facebook, X e Instagram.
créditos
O programa foi produzido por Eduardo Kishimoto e Gabriel Fernandes em março de 2024. A edição é de Eduardo Kishimoto.